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Foto do escritorPhD. Roberto Simões

Atualizado: 30 de jul. de 2022

Surfar de peito, pranchão, pranchinha, bodyboard, stand-paddle, com bóia, canoa havaiana ou de kite-surf; são todas formas de surfar. Formas que existem e outras tantas não citadas ou ainda a serem inventadas. O que define surf não é a forma (apenas com o corpo ou alguma “prancha”), não é o swell que entra, vento que sopra ou geografia da praia, mas como o surfista é afetado e afeta o surf.


Um cavalo que puxa carroça está muito próximo de um boi do que um cavalo de corrida. O que define o cavalo não é a sua forma, mas seu “jeito” de viver, ou seja, de afetar e ser afetado por outros corpos e mentes.


Mas há um consenso (uma hegemonia dominante), portanto, uma construção narrativa do yoga enraizada que sedentariza yogi(ni)s brasileiros do que é ou não yoga. Por outro lado, há uma via alternativa de resistência e contrária a essa que yoga (ou no verbo “yogar”), sobretudo quando se diz: “nem sabe que agora está praticando yoga, mesmo sem ler em sânscrito e praticar asanas e kriyas”. Ao invés do consenso, há o bom-senso do yoga que vem traçando linhas-de-fuga criadoras de novas “formas” de yoga. Na analogia com o surf e o cavalo acima, que inventa novas formas de se afetar e ser afetado pelo yoga além de suas formas moralistas ou ritualísticas.


Este ensaio pretende não desvelar as apropriações “indevidas”, apontar as “deturpações” e contradições de yogas de matriz não-indianas; pois esses são os yogi(ni)s produtores de consensos e das super-estruturas yoguicas hegemônicas. Buscamos antes, pensar Yoga e suas auto-organizações que dialogam com os problemas reais das coletividades em que vivem e não aproximar dos yogins de pescoços virados que só conseguem olhar para trás.


O yoga não está nem na “coerência implícita, nem uma incoerência definitiva”, mas nos mil platôs de vidas yoguicas possíveis. Ele vive, pois se transmuta. Foi assim com o Yoga de Patanjali, transmutado em darsana; com o Yoga dos Nathas, transmutado em hatha-yoga; com o Yoga de Vivekananda e seu Yoga-Moderno; Hermógenes e seu Yogaterapia, fruto do diálogo entre sua vida, turbeculose, religiosidade cristã-espírita e os demais encontros que o afetaram. E quantos foram afetados por estes yogis, numa linha infinita e rizomática de encontros. Não há consenso, mas bom-senso costurando a filosofia aberta dos yogas.


O Yoga não é nada, mas pode ser tudo. É na função criadora que o yoga-filosofia assume em relação as outras formas de filosofia ou jeitos de se viver e explicar a realidade. Em outras palavras, as super-estruturas yoguicas (formas) surgem das soluções que yogi(ni)s-filosofes (sobretudo os não consensuais, pois estes se locomovem pouco) inventam para problemas reais do seu tempo histórico (político, econômico, social). Dependendo de como a coletividade em que vivem estão sendo afetadas e afetam-se por isso, criam (desejam, precisam) novos modos de viver; são desses encontros e problemas (dukkha?) que outros yogas-forma surgem: yogaterapia, Iyengar-Yoga, Método de Yoga Restaurativo, Yoga Marginal, Asthanga Vinyasa, Kemetic Yoga...


Mesmo que identifiquemos reminiscências da magia e do Samkhya no Yoga de Patanjali, Vedanta Advaita e Tantra no Hatha-Yoga, Biomedicina e Marxismo em algum Yoga Moderno, não são partes, mas matéria-prima para um novo yoga (super-estrutura) surgir. Yoga não é um fóssil.

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Yoga é tomar consciência e agir, e não rememorar e repetir. Os vrttis (“turbilhão da consciência|citta) não são o problema. Se busca os aquiescer para compreender (em um processo lento e gradual) como estes nos afetam e dirigem nossos afetos aos outros e a nós mesmos. Mais simples, eliminar a ignorância|alienação (avidya), ou nos tornar conscientes, de nossas ações.

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Antes disso ocorrer, somos autômatos, vivemos de forma consensual como se houvessem forças “sobrenaturais”: fora da minha cartografia de afetos possíveis de alterar, pois transcendentes. Até que você realmente acredite, se torna hegemônico essa ideia (ou ideologia), que somente seu guru ou mestre tenha o “poder”(?) de libertar você dessa ilusão (maya). E aqui há 2 gigantescas inverdades: 1. Que haja uma hierarquia, o que manteve as castas legitimada pelo discurso hegemônico (consenso) das “escrituras” e de seus guardiões brâmanes; e 2. Haverá um dia o fim das ilusões como grande objetivo do yoga. Mas as hierarquias são uma forma de dominação que vivem ainda hoje no yoga e as ilusões nunca acabarão, mas a sua ignorância de quais lhe atravessam o que se busca. Só para depois você criar a sua.

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Em suma, o yoga, como filosofia aberta, pode possibilitar você a: 1. Se livrar dos aparelhos de captura das instituições yoguicas (as formas ou super-estruturas institucionalizadas que ditam o que você deve desejar); e 2. Possibilitar a você (yogin-filósofe) construir seu yoga ou, ao menos, ter consciência da estrutura|forma yoguica ao qual vive hoje, buscando bom-senso e fugindo do consenso.


Atualizado: 30 de jul. de 2022


Biografia:

O Prof. Hermógenes foi um capitão da reserva do exército brasileiro que aos 35 anos, em 1955, foi diagnosticado com tuberculose. Hermógenes dedicou-se, durante todo o repouso obrigatório para o tratamento, a ler, relaxar, meditar, autossugestionar-se e obter diversas experiências espirituais a partir das práticas de seu yoga ou Yogaterapia. Sempre houve uma forte sinergia entre o catolicismo, o espiritismo kardecista, o esoterismo e a medicina holista no yoga hermogeano, por assim dizer (Cf. SIMÕES, 2020).


Em 1960, Hermógenes lança o seu primeiro livro - Autoperfeição com Hatha Yoga -, e em 1962, abre a Academia Hermógenes, espaço em que comercializava aulas práticas de seu yoga, além de workshops sobre seu método de yoga. Como não existia literatura sobre yoga no Brasil na época e muito menos líderes-referência por qualquer instituição indiana nesse período que pudesse autorizar ou desautorizar quem fosse yogue, ou não, as suas primeiras leituras foram as obras Sport et Yoga, de Selvarajan Yesudian e Elisabeth Haich e The Yoga System of Health and Relief from Tension, de Yogi Vithaldas (SANCHEZ, 2014, pp.35). Estas, são todas literaturas carentes de discussões filosóficas mais aprofundadas sobre as escrituras sagradas do yoga; mesmo assim, alicerçaram Hermógenes na aplicação prática do yoga em repercussão à saúde e o método que desenvolve, o Yogaterapia, ainda hoje, é bastante popular no Brasil como uma forma holística de prevenção e cura.

E nas palavras dele mesmo:

Desejo tirar de você a ansiedade por curar-se depressa, mostrando o andamento da libertação. A cura demasiado rápida, em muitos casos, é ilusória. Não pretendo para você uma frustradora pseudocura. O que realmente lhe convém é cada vez uma dose maior de sattvidade [o estado clareza espiritual proclamado pelo Yoga], de paz, de integração de si mesmo e maior penetração nos planos mais divinos de seu ser. (HERMÓGENES, 2011, pp.81)

Prof.Hermógenes falece no início de 2015, aos 94 anos, por falência múltipla dos órgãos após anos lutando contra o Mal de Parkinson, deixando seu legado metodológico yogaterapêutico nas mãos de seu neto, assim como Academia (de yoga) Hermógenes.


Influências:

Além do cristianismo, Hermógenes estabeleceu um vínculo de discipulado tardio ao guru indiano Sai Baba, tornando-se o principal difusor da mensagem do mestre no Brasil e em Portugal durante a sua vida. Na biografia sobre Hermógenes, inclusive, buscando reforçar uma certa hagiografia dele, relata-se o aparecimento da silhueta de Sai Baba por trás do yogue brasileiro (CARUSO, 2012, pp. 95). Relatos sobrenaturais como esse são bastante comuns na cultura brasileira para legitimar a santidade de alguém, mas esse dado extraordinário não é o único em sua biografia. Há ainda o registro de uma carta psicografada através do maior médium brasileiro, Chico Xavier, pelo espírito Bezerra de Menezes, endereçada a Hermógenes, confirmando ainda mais seu caminho yoguico de profunda espiritualidade: “que o seu trabalho tem a ajuda de uma elevada equipe espiritual de apoio”, diz o espírito desencarnado dando autoridade moral ao yogaterapia do Prof.Hermógenes no Brasil (Cf. SIMÕES, 2020).


Para reforçar seu lado de aproximação com o mundo espiritual, outro espírita também conhecido no Brasil, Divaldo Franco, acompanha e ajuda a legitimar Hermógenes como uma espécie de santo do yoga no Brasil. Essas e outras referências e narrativas ajudaram gabaritar Prof.Hermógenes como um grande yogi entre os brasileiros. Hermógenes e seu Yogaterapia, como dissemos, se aproximou do cristianismo, denominando em suas falas, Jesus Cristo como o maior dos yogues que já viveu; algo similar ao mestre de yoga indiano Iyengar o fará também (Ibid.).


Repercussões e Legado:

O principal legado do Prof. Hermógenes ao yoga brasileiro foi o seu Yogaterapia. Sem dúvidas, este yogue se destacou pelo pioneirismo em associar o yoga aos aspectos holísticos de cura e prevenção de doença no Brasil. Mas ele vai além quando, influenciado pelo caráter igualmente terapêutico-religioso do espiritismo kardecista brasileiro, inventa um método de yoga simples, de fácil aprendizado e posturas com respiratórios onde qualquer um poderia realizar, e difunde ideias que associam saúde do corpo com elevação espiritual e autoconhecimento.


Por sua aproximação, como dissemos, do seu yogaterapia com o cristianismo e o espiritismo, é muito bem aceito entre a classe média carioca e, ao longo de sua vida, para todo o Brasil. Seus mais de 30 livros publicados em diversas outras línguas repercutem na ideia, ainda hoje forte no Brasil, de um yoga para a promoção da saúde; e suas aproximações com Sai Baba (apesar de não tão divulgada) e a religiosidade espírita brasileira, ajudaram a popularizar o yoga, meditação com a fé em Deus (HERMÓGENES, 2005). São poucos os yogas (e yogues) hoje no Brasil que falaram tão abertamente de Deus como Hermógenes. Esse fato fez, em simultâneo, algumas outras religiões olharem para o yoga como uma nova religião em desenvolvimento no país (APOLLONI, 2004).

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(continua...)



Resumo: A proposta neste artigo é apresentar um panorama do yoga em desenvolvimento no Brasil. Faremos isso a partir de 5 personagens do campo social yoguico brasileiro com o intuito de traçar as principais influências que erigiram seus distintos yogas, legados e repercussões ao cenário espiritual do país. O yoga como um novo fenômeno religioso brasileiro vem engendrando desde os anos de 1960, singulares sincretismos e apropriações da cultura e religiosidade brasileira e outras como o espiritismo kardecista, capitalismo neoliberal, perspectivismo do xamanismo ameríndio, espiritualidade afro-brasileira, funk carioca, terapias nova era e do budismo, enquanto, contraditoriamente, reclamam certo tradicionalismo e ancestralidade. Concluímos a cultura e espiritualidade brasileira permite e acolhe apropriações, contanto que sejam criadas soluções aos seus problemas reais.



Introdução

É uma cena clássica na literatura brasileira observar a personagem João Grilo entrando em querela com o Diabo e Jesus, para saber onde ele deve ir após a sua morte: Inferno ou Paraíso. João Grilo é uma personagem-conceito de Ariano Suassuna, no seu livro Auto-da-Compadecida; ele nos apresenta um brasileiro semianalfabeto que sempre, do seu jeito, consegue sair bem das mais improváveis situações.


Em uma das passagens da referida obra, João Grilo, quando acusado dos diversos pecados que realmente cometeu, meio sem jeito, apela para Nossa Senhora, mãe de Jesus, na busca de, mais uma vez, encontrar um jeito de se safar. O padre o desafia:


Acho que nosso caso é sem jeito[1];

e João Grilo responde:


É difícil quer dizer sem jeito? Sem jeito! Sem jeito por quê? Vocês são uns pamonhas, qualquer coisinha estão arriando. Não vê que tiveram tudo na terra? Se tivessem tido que aguentar o rojão de João Grilo, passando fome e comendo macambira na seca, garanto que tinham mais coragem. Quer ver eu dar um jeito nisso, Padre João?

Nesse momento, quando do espanto de todos sobre como sair daquela situação sem jeito - sem perspectivas de um caminho a tomar -, João Grilo inventa um (o seu) novo jeito: evoca Nossa Senhora – a que se compadece -, Mãe de Deus de Nazaré, o juiz da situação delicada em que se encontra. Em outras palavras, a convoca dos céus (do sobrenatural, de uma geografia outra, ou do improvável) para prestar testemunho a favor dele.

E assim se faz, e a Compadecida vai argumentando a favor de todos ali sendo julgados em direção a dar um jeito a favor dos humanos ali prestes a serem condenados. Todos vão sendo perdoados: o Padre, o Marido, a Mulher... Contudo, o veredito para João Grilo foi o Purgatório, e eis que este, malandro uma vez mais e com toda sua educação e respeito a posição superior do transcendente ali, de frente com ele, não aceita a sua punição – João Grilo, com seu jeito malandro, é cordial e intolerante em simultaneamente. Nossa Senhora, então, intercede mais uma vez e sugere que Jesus permita que João Grilo possa quitar a sua dívida na terra, ou seja, retornando à vida, mas com uma condição: “(...) fazer uma pergunta a que eu não possa responder. Pode ser?”, diz Jesus.


Este gesto de Jesus, de aceitar negando, revela o cordial e o intolerante como característica do brasileiro malandro que o próprio João Grilo representa, e que todas as nossas personagens yoguicas a seguir, de um jeito ou de outro, também se mostram. E esse Jesus, representado na obra com traços/jeitos do malandro brasileiro e negro, ainda complementa se referindo a João Grilo com sarcasmo: “É possível, você que é tão esperto?”, arremata para João Grilo.


João Grilo então, não se fazendo de rogado pela ironia divina, lança outra depois de Jesus ter citado uma passagem bíblica:


Isso é que é conhecer a Bíblia! O Senhor é protestante?

Jesus responde:


Sou não, João, sou católico.

E aquele responde:


Pois na minha terra, quando a gente vê uma pessoa boa e que entende de Bíblia, vai ver é protestante.

Rebatendo, assim, na mesma moeda a ironia anterior, pois é bastante comum criticar aos católicos no Brasil assim, pois serem conhecidos por se declararem como católicos não-praticantes. Esta, outra malandragem, mas dos católicos brasileiros. E finalmente, João Grilo faz a pergunta sem resposta a Jesus:


Em que dia vai acontecer sua segunda ida ao mundo?

Com a recusa de Jesus em responder, pois “isso faz parte de minha vida íntima com meu Pai”; João Grilo, tranquilamente vai virando as costas e saindo, e resmungando:


Então deixe eu ir embora. Acredito que o senhor saiba, isso faz parte da sua vida íntima com o senhor seu Pai, mas o que o senhor disse foi que eu podia voltar se lhe fizesse uma pergunta a que o Senhor não pudesse responder.

E Deus lhe concede o retorno para a sua vida normal sem nenhuma punição, ao final das contas. João Grilo, a personagem do malandro brasileiro (o cordial e intolerante em simultâneo) que, à sua maneira, dá sempre seu jeito (seus pulos, expressão comumente utilizada no português do Brasil) no que não tinha solução e, com os recursos que dispunha para se livrar do Purgatório ou do Inferno, mesmo réu confesso de todas as infrações, sai ileso (SUASSUNA, 2011).


As personagens do yoga brasileiro que apresentaremos a seguir, se assemelham a João Grilo: conseguem sempre, das formas, caminhos, maneiras ou jeitos mais ambivalentes e contraditórios que possa parecer, criarem linhas-de-fuga de situações bem singulares. E não são sínteses, são jeitos mesmo. O jeitinho brasileiro. A história do yoga no Brasil é composta de personagens como João Grilo, que dos seus jeitos, vão costurando um novo subcampo espiritual no país. Tudo se inicia com o francês Léo Costet de Mascheville ou Sevananda é filho de um conhecido ocultista da ordem esotérica Martinismo que, entre os anos de 1925-1960, percebe-se missionário ao Novo Mundo (América Latina) para anunciar a vinda de uma nova raça ao mundo e a síntese dos ensinamentos de Jesus Cristo e Gandhi (SIMÕES, 2019).


Léo Costet funda, anos mais tarde, para cumprir sua missão espiritual, a escola de yoga Sarva Yoga, que ele mesmo concebe nos últimos anos da década de 1940, com sede na cidade de Resende/RJ, entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Ali funda a Igreja Expectante, com um mosteiro essênio e um ashram indiano ou yoguico. No aspecto doutrinário já está claro que Todos os Evangelhos são aceitos pela Igreja Expectante. Porém, na América Latina, por exemplo, seus rituais são sempre de base Cristã (essênia), por um lado, com complemento de base oriental, já que a vinda de Maitreya, próxima manifestação do Espírito Crístico para a era vindoura, já está conhecida e divulgada no Oriente desde muitos decênios, e no próprio Ocidente já é muito comentada.


As várias raças têm tido sucessivas Revelações, das quais cada uma tem gerado múltiplas religiões, como no caso do Budismo, dividido em tantas seitas ou escolas, e com o Cristianismo, dividido em Catolicismo, Protestantismo, Ortodoxos e inúmeros Heterodoxos, perfeitamente cristãos também. A posição ampla Expectante faz, portanto, desta Igreja, a Igreja de todas as religiões, ou melhor, dito, de todos os cultos que compõem a Religião Universal (Ibid.).


Durante esse período de sua idealização, construção e início das atividades da Igreja Expectante com essa estrutura sacerdotal e de atendimento ao público, Leo Costet realiza diversas palestras entre ordens esotéricas do Brasil sobre yoga. Em uma dessas apresentações, um general brasileiro, o teosofista Gal. Caio Miranda (1909-1969), fica impressionado com as ideias yoguicas apresentadas por Leo Costet. Alguns mais tarde e de forma totalmente autodidata, Caio Miranda escreverá o primeiro livro brasileiro sobre o yoga, fazendo história como o precursor da espiritualidade no país e influenciando toda uma geração posterior (Cf. SIMÕES, 2020).


Assim, o Yoga entra no Brasil não por mestres indianos, mas um esotérico e ocultista europeu. Sua visão de yoga, de alguma forma norteará, no início, nossas duas primeiras personagens do recente campo social yoguico brasileiro a se estabelecerem e nas ideias sobre yoga disseminadas no país entre aos de 1960-2000:

1. A tendência terapêutica e curativa do yoga para todos;

2. Sua aproximação com o cristianismo;

3. Suas influências esotéricas e ocultistas;

4. O estabelecimento do primeiro curso de formação para outros professores de yoga, de certa forma, replicantes de seus ideias missionários.

Estes itens, associados ao fato do yoga no Brasil ter sido transplantado não por mestres yogues indianos, mas por um controverso yogue europeu, reforça ainda mais a pecha malandra e do jeitinho brasileiro, mesmo não-tradicional, consegue inventar yogas tradicionalistas (Ibid.), como veremos a seguir.

[1] Grifos meus.

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(continua...)

Seja Bem-Vinde

Você adentrou um espaço em desconstrução. Desacreditamos metafísicas, por isso bricoleurs ou feiticeiros do Yoga quebrando a demanda de todo maya que lhe enfeitiça. Mas entenda, tudo é maya.

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