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Olá, Fico pensando se as reações que temos que faz nosso semblante mudar não teria haver com hormônios? Não será por isso que muitos yoguis relacionam chakras com as glândulas?


Prof.Roberto Simões Pode ser que o sistema endócrino esteja envolvido, mas será q conseguimos dar conta de explicar o conceito de chackras ou qq outro da fisiologia dita "sutil" de forma empírica? Seria possível explicar experiencias místicas de forma endócrina e neurobiológica? Seria possível explicar a mediunidade pela glândula pineal? O que quero dizer, é que por isso considero (e muitos outros) o yoga no campo da espiritualidade/religião e nao da ciência. Qdo vc explicar prana como O2 por ex, você acaba com o conceito de prana, pois tudo será bioquímico? O que ocorre hoje é pseudociência, ou seja, se pega alguns conceitos empíricos da ciência para legitimar|explicar questões magicas do yoga: é o que mais se faz hoje em dia. Outro exemplo é a física quântica de Amit Goswami: ele tenta explicar a espiritualidade pelo spin do elétron, base da física quântica. Para os leigos parece uma puta explicação, mas para acadêmicos é um charlatão. Quem tem razão? Essa é a questão, e por isso é pseudociência, usa algo que quase ninguém entende para explicar o inexplicável. 

Aluno Então, eu te pergunto sabendo q vc tem condições de usar aparelhos para medir impulsos: Seria possível explicar experiencias místicas de forma endócrina e neurobiológica? Do mesmo jeito q é possível ligar esses aparelhos e medir os impulsos enquanto o cara está tendo alucinações tipo LSD. Obrigado

Prof.Roberto Simões Sim, mas aí eu te pergunto: E DAÍ? rs Ou seja, que importa saber quais areas cerebrais estão inundadas de dopamina ou serotonina ou um hormonio Y ou X em uma experiencia mística? (pesquisas já realizadas por sinal - ver Neurobiologia e Filosofia da Meditação, Ed.Phorte, cap 4 e outros que descrevemos pesquisas desse nível).  O que elas irão revelar da experiência que o sujeito entende que teve com deus, deuses ou o Preto Velho? Nada. A ciencia mal toca na espiritualidade brother. A ciencia nao entra no quadrado da religião por esse vies, pois é limitada. É td real, mas nem td é empiricamente verificavel. Ugo 1

UgoPublicado 30/09/2020 Seria certo eu pensar que qualquer emoção viria do CsO? Prof. 1

Prof.Publicado 30/09/2020 Sim seria sim. Não há ninguém sem um CsO.  O ponto é vc o construiu ou construíram ele pra vc. O q significa dizer q tds seus desejos estão sendo sujeitados as, como diria "Fucô" (rs), microfísicas do poder. Criar o seu CsO é aumentar o seu poder de afectar e ser afectado, se tornar mais "sensibilizado" pelo mundo e as suas experiências. E não seria esse o grande poder do yoga? Nos permitir ser menos estímulo-resposta e aumentar nosso tempo e espaço de contato com outros corpos e consciências. Ugo 1

UgoPublicado 09:10:35 Putz. Demorei mas entendi. Obrigado mermão

Foto do escritorPhD. Roberto Simões

Atualizado: 30 de jul. de 2022


Mas que raios é essa concepção de Purusa|observador que não se transforma, mas é apenas colorido pelo corpo|prakrti?

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Pensa que experiências teria onde os objetos observados não tivessem forma; que uma cadeira, uma mesa e o amor, por exemplo, despossuídos, momentaneamente, de seus usos, nomes, qualidades, o caos. Samadhi?

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Você adentra esse mundo sem formas dia após dia, tateando o caos, desterritorializando-se a cada viagem a Ixtlan, conversando com os seres da floresta, encontrando os siddhas, exús e outras coisas des-formadas e compreendendo a si mesmo desses encontros.

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E vai se as-sentando, trazendo, a cada processo ritual deste espaço entre|liminar, novos pedaços de terra ao seu próprio mundo sempre em devir; em um processo lento e gradual, com muito cuidado para não se desmantelar nas não-formas. Morre e renasce a cada viagem|processo|prática|vivência. É um brincar|uma dança que possibilita experiências|vivekas a cada retorno|cada fim de baile.

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E aprendendo haver um observador colorido pelo seu lindo corpo (e de todos os outros purusas e prakrtis que lhe atravessam agora: conscientes|manifestos ou não), e que mesmo isso é mais uma ilusão, mas uma maya criadora, pois Isvara é você também e igualmente maya, uma trip (bad ou good trip dependerá das composições que fará).

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E gradualmente percebendo que nada é, mas está sendo. São acontecimentos criadores e não mundos ideias de ideias inicialmente: não há garantias no samadhi|caosmose. É preciso ter muito cuidado, yoga lhe permite a retomar seu processo criativo. Se não há formas ideias ou modelos a seguir, apenas devir em tudo, não sou, estou sendo também. Eu, você, o swami e o rabo do tatu.

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As instituições de yoga também não são, estão sendo, os mestres e iluminados não são superiores a mim, detentores do saber ou modelos a seguir, acabou a farsa. Não, não modelos, não há hierarquias, distinções... isso são apenas formas.

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E eu, o que sou? Um observador colorido pelo lindo corpo. Sê pleno, nada me falta, nem é um mestre ou escrituras perfeitas a quem devo me curvar. Apenas coragem em viver o gozo da vida nos encontros.

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Viagem acidental.

Atualizado: 21 de nov. de 2020

Prof, fiquei pensando aqui: será que a definição clássica dos yoga sutras de que "yoga é o estado em que cessam as oscilações mentais", poderia estar falando justamente da diminuição da atividade do tálamo? Será que essa ideia de "pessoas iluminadas", como Buda, etc, teria justamente haver com o fato de serem menos reativas ao meio, e ter um tálamo menos atuante? Além de todos os outros aspectos que você trouxe sobre a circuitaria hormonal do eixo da meditação...  Grata por toda partilha, muito bom mesmo :)


Olá Aline, sim, são instigantes essas observações das relações filosóficas e éticas do yoga-sutras com as repercussões neurofisiológicas. A diminuição da atividade talâmica talvez tenha mais a ver com o estado|experiencia de prathyahara e não com o sutra 2 do cap 1 q vc descreveu acima. Por outro lado, com o tempo, acho q vc irá perceber, que é muito difícil a ciência dar conta de toda a ética (sentido de vida ou modo de existir) que envolve a proposta do YS. Sei que fica tentador essa simplificação e síntese que os estudos neurofisiológicos podem nos fornecer, mas o yoga é muito mais do que meia dúzia de neurotransmissores, hormônios, áreas encefálicas descritas e demais dados empíricos que a ciência possa fornecer. Por ex, como vimos, se colocarmos uma freira fransciscana comparado com um monge budista tibetano meditando em uma máquina de ressonância magnética, ambos demonstrarão dados empíricos muito similares - como todos esses que descrevemos aqui, mas as experiencias destes serão (e são) absolutamente distantes, há um cannyon que os separa sobre visões de mundo (mayas ou ética). Assim, tentar resumir o yoga e suas experiencias em dados empíricos neurofisiológicos, apesar de tentados "organizar" assim, é muito raso perto das potencialidades humanas. Os homens e mulheres construíram 5 grandes "edifícios" para explicar o mundo (ou seus mundos): religiões, filosofias, mitos, artes e a ciência (a mais recente, a irmã mais nova dos outros da família). Pensar o yoga (ou qq outra "coisa") por apenas um prisma é muito pobre não acha? A magia, os mitos, as moléculas e o DNA, as formas de pensar platônicas, nietzscheanas e os desenhos de Miró ou Frida ou os poemas de Fernando Pessoa ou Manoel de Barros nos fornecem, sozinhos, apenas uma olhadela no vasto mundo de encontros e composições possíveis da vida. Mas nenhuma dessas filhas humanas (arte, filosofia, ciência, mito e religião) dão conta de pensar, por si mesmas, por mais maravilhosas que os encontros com elas sejam, a vida humana.


Seja Bem-Vinde

Você adentrou um espaço em desconstrução. Desacreditamos metafísicas, por isso bricoleurs ou feiticeiros do Yoga quebrando a demanda de todo maya que lhe enfeitiça. Mas entenda, tudo é maya.

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