Mas que raios é essa concepção de Purusa|observador que não se transforma, mas é apenas colorido pelo corpo|prakrti?
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Pensa que experiências teria onde os objetos observados não tivessem forma; que uma cadeira, uma mesa e o amor, por exemplo, despossuídos, momentaneamente, de seus usos, nomes, qualidades, o caos. Samadhi?
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Você adentra esse mundo sem formas dia após dia, tateando o caos, desterritorializando-se a cada viagem a Ixtlan, conversando com os seres da floresta, encontrando os siddhas, exús e outras coisas des-formadas e compreendendo a si mesmo desses encontros.
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E vai se as-sentando, trazendo, a cada processo ritual deste espaço entre|liminar, novos pedaços de terra ao seu próprio mundo sempre em devir; em um processo lento e gradual, com muito cuidado para não se desmantelar nas não-formas. Morre e renasce a cada viagem|processo|prática|vivência. É um brincar|uma dança que possibilita experiências|vivekas a cada retorno|cada fim de baile.
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E aprendendo haver um observador colorido pelo seu lindo corpo (e de todos os outros purusas e prakrtis que lhe atravessam agora: conscientes|manifestos ou não), e que mesmo isso é mais uma ilusão, mas uma maya criadora, pois Isvara é você também e igualmente maya, uma trip (bad ou good trip dependerá das composições que fará).
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E gradualmente percebendo que nada é, mas está sendo. São acontecimentos criadores e não mundos ideias de ideias inicialmente: não há garantias no samadhi|caosmose. É preciso ter muito cuidado, yoga lhe permite a retomar seu processo criativo. Se não há formas ideias ou modelos a seguir, apenas devir em tudo, não sou, estou sendo também. Eu, você, o swami e o rabo do tatu.
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As instituições de yoga também não são, estão sendo, os mestres e iluminados não são superiores a mim, detentores do saber ou modelos a seguir, acabou a farsa. Não, não modelos, não há hierarquias, distinções... isso são apenas formas.
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E eu, o que sou? Um observador colorido pelo lindo corpo. Sê pleno, nada me falta, nem é um mestre ou escrituras perfeitas a quem devo me curvar. Apenas coragem em viver o gozo da vida nos encontros.
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Viagem acidental.
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